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sábado, 19 de janeiro de 2013

Teatro de Machado de Assis - Antologia

Ótimo livro para os amantes de Machado de Assis.
Nele é possível ler as obras para teatro escritas pelo grande mestre. Aconselho, preferencialmente, aos leitores um pouco mais experientes, pois a linguagem e as referências podem travar a leitura de quem não as compreenda.
Ao fim de tudo é uma daquelas obras que quando a gente termina de ler se sente presenteado pelo autor.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Um Pequeno Truque da Mente, Mitch Cullin


O livro retrata o personagem Sherlock Holmes com 93 anos de idade. O Holmes da história apresenta todos os sinais de uma pessoa nesta faixa etária, com todas as suas limitações, como dificuldade de locomoção, agilidade reduzida, perda de memória. Além disso, depois que se aposentou, Holmes manteve um hobby: torna-se apicultor, e nos cuidados com as abelhas ele gasta grande parte de seu tempo. A obra recebeu algumas críticas pelo fato de ter distanciado o herói do homem; no livro o herói quase não aparece, dando espaço à humanidade do protagonista.
Cullin aborda com este livro a etapa final da vida do homem. Sob este aspecto, acredito que ele obteve sucesso. Além disso, a história se dá, ora com o narrador em terceira pessoa, pra retratar o tempo presente; ora com o narrador em primeira, que é quando o próprio Holmes descreve um episódio de seu passado de detetive. É interessante observar as relações interpessoais do livro. O autor descreve cada uma com detalhes, e tudo isso sem deixar a história cansativa.
Ainda é possível ver que durante todo o transcorrer do livro, o autor apresenta pequenos truques da mente, como propõe no título, desde os esquecimentos de Holmes, a mulher com o filho morto nos braços que acredita que ainda pode salvá-lo, os efeitos da música sobre a mente humana, até o truque desenvolvido por Holmes para superar as perdas das pessoas que amava.
Vale a pena ler.

Fernando Lima

terça-feira, 22 de maio de 2012

Conto e Romance

Oi pessoal, depois de algum tempo sem escrever, arrumei um tempinho e estou aqui.
Tinha prometido escrever sobre a diferença entre contos e romances, pois vamos lá!

Duas diferenças básicas que podemos fazer são a extensão e os personagens; o conto vem da tradição oral, daí o seu nome, e é caracteristicamente curto, mais objetivo. O enredo gira em torno de poucos personagens e abrange a mesma temática do início ao fim. O romance é mais longo, geralmente tem grande número de personagens e o enredo pode mudar a temática sem perder a unidade do texto. Um dos grandes contistas brasileiros foi Machado de Assis, e de língua extrangeira podemos citar Edgar Alan poe.
As definições podem ser mais específicas. Se alguém se interessar, existem livros específicos sobre o assunto, por exemplo: A Teoria do Conto de Nádia Battela Gotlib e Teoria do Romance de autoria de George Luckács, vale a pena principalmente pra quem deseja escrever.
É bom saber que não existem regras para esses gêneros, inclusive sendo possível hoje perceber mistura de gêneros textuais na literatura.

Abraços fraternos e até a próxima

domingo, 18 de março de 2012

Livro, revista, brochura

Terminologia da produção e edição de livros e periódicos, da sua encadernação e comercialização.
1x1 (uma por uma)
Impressão em uma cor dos dois lados do papel. O miolo (ou seja, as páginas internas) de um livro costuma ser em uma por uma, visto que cada folha é impressa dos dois lados e apenas em preto.
A folha de um livro aparecendo logo depois da  capa. A primeira página de uma publicação, que mostra apenas o  título da obra. Antecede a página do  rosto (=frontispício) e é colocada logo a seguir às guardas. Também chamada ante-portadafalso-rostobastard title ou half title page.  
ante-título
Elemento por vezes usado em publicações periódicas, precedendo o  título principal.
anverso
Branco ou frente da folha que se imprime com a primeira chapa.
badana
Extensão das capas (ou das sobrecapas) de um livro que se dobram para o interior.
Best-seller
termo inglês que significa campeão de vendas, ou "mais vendido".
bibliófilo
Deriva do grego biblion, livro, e philos, amigo.
Um amigo dos livros. Pessoa que gosta de livros, especialmente dos raros e preciosos, e que os colecciona. São diversos os motivos pelos quais um bibliófilo valoriza determinado livro: a sua raridade, valor, antiguidade, beleza; o facto de ter sido confiscada ou proibida; por constituir um documento histórico ou artístico; etc.
bisagra
Parte flexível entre as duas capas laterais e a lombada da capa do livro.
brochura
Encadernação simples, na qual os cadernos são cosidos ou colados na lombada de uma  capa mole.
Cabeço
Título do livro ou do capítulo (por convenção, nas páginas ímpares) e nome do autor (nas pares). Elemento de navegação; usa-se para orientar o leitor.
capa
Parte que envolve os  cadernos do livro ou da brochura, já ordenados e constituindo o seumiolo. Fabricada em papel forte, ou cartão ou cartão reforçado por couro. Em livros antigos, a capa é formada com tábuas de madeira.
capa dura
(hardcover, inglês). Edição mais cara, muitas vezes a primeira edição de uma obra, envolta com uma capa dura, não flexível.
capa mole
(softcover ou paperback, inglês). Capa em papel ou cartolina flexível, por vezes plastificada, para uma edição mais económica.
capítulo
Num livro organizado em múltiplas partes, é uso estas estarem grupadas em capítulos. Normalmente, um capítulo começa numa  página ímpar.
cinta
Tira de papel envolvendo a capa do livro, com informação (de promoção) adicional.
caderno
Conjunto de folhas ordenadas, dobradas (e eventualmente cosidas), cujo conjunto constitui o  miolo do livro. Um caderno pode conter 4, 8 ou 16, por vezes 32 páginas - dependendo do formato da publicação.
cólofon, colofão
Do grego kolophon; significa final, término. (colophon, inglês; Kolophon, alemão). Inscrição que contém a informação sobre título, autor, editor, impressor, local e data de impressão, número ISBN, entre outros. Pode estar no fim ou início do livro.
Nos  incunábulos, o colofão aparecia na última página da obra impressa. Continha informações sobre o autor, o tipo de edição, o lugar e a data da publicação da obra. Era a informação fornecida pelos tipógrafos sobre o lugar e a data da impressão. Assim, o colofão funcionava como emblema de um editor.
Hoje, o colofão está substituido pela ficha técnica
corpo
O corpo de um livro é essencialmente o texto, com exclusão dos elementos de navegação e acessórios:  índices, prefácio, apêndices, etc.
dorso
Lombada de um livro com capa em material nobre, onde por vezes ainda se grava o título (a cor ou em ouro).
e-book. Electronic book
Livro fornecido em formato digital (por exemplo, em  PDF) que pode ser visualizado no monitor e/ou impresso na impressora do comprador.
edição
Impressão, publicação e comercialização de uma obra. Saída para o mercado livreiro.
edição actualizada
Edição que sofreu alterações, para actualizar os conteúdos. edição ampliada Edição com acréscimo de conteúdos (por exemplo de imagens).
edição de bibliófilo
Edição em tiragem reduzida, impressa em papel de qualidade superior, com cuidados e acabamentos especiais, por exemplo capa em couro, gravada, etc.
edição de bolso
(pocket book, inglês; Taschenbuch, alemão) Livro de formato pequeno, com capa mole, vendido a preço mais acessível.
edição bilingue
Edição em língua original e em tradução. Muitas vezes, o texto em língua original é impresso nas páginas ímpares, e a sua tradução nas páginas pares.
Edição poliglota
Edição em que o texto é apresentado em várias traduções. Este tipo de edições exige fontes com sets de caracteres alargados aos idiomas contemplados.
Edição online
Publicação de documentos (notícias, manuais, livros, blogs) em web-sites, em formato  HTML.
entrada
a) Páginas iniciais de um livro, que precedem o texto (veja esquema em baixo). Pertencem à entrada: o ante-rosto, o rosto, a ficha técnica, a página dedicatória, etc.
b) Claro ao alto das páginas, no começo dos capítulos. errata, corrigenda Pequeno impresso, página extra ou qualquer aposto num livro, identificando os erros detectados durante a impressão.
fac-símile
Reprodução de um documento no formato e no aspecto gráfico da impressão original. Técnica usada para reproduzir e re-editar livros valiosos antigos.
fac-símile digital
Reprodução de um documento na forma e aspecto da impressão original, obtido por scan. Técnica usada para reproduzir livros e documentos antigos.
 colofão.
folha de rosto (ou página de rosto)

(ou rosto, frontispício, portada, página de rosto).
A página de uma obra onde figura o título, o autor, editor, local e data de publicação. As primeiras páginas de rosto completas — onde constam título, nome do autor, ano da edição, dados do impressor — datam da segunda metade do século XVI.
Página no começo do livro, que leva o título principal. Segue ao  ante-rosto e nele figura o  título da obra, nome do autor, editor e outros dados, acompanhados ou não com uma ilustração.
A forma elaborada, decorada e ilustrada, foi muito usada nos séculos XVII e XVIII. Os impressores preenchiam a página de rosto toda, com títulos apresentados numa extensa fórmula, acrescentando muitas vezes indicações das partes da obra ou dados biográficos do autor.
Hoje usa-se a designação de  rosto para esta página identificatória, com eventuais elementos figurativos/decorativos.
Veja também: ante-rosto
frente
O lado onde uma página ou livro começa ou abre. A página 1 é sempre frente e aparece sempre do lado direito (ímpar), contrário do  verso.
frontispício
frontispício divisório
Frontispício interno de um volume, que separa as partes principais de uma obra. Por ex., de um dicionário bilingue.
guarda
Aba exterior que se dobra para dentro de uma publicação ou de um livro, de forma a proteger a capa.
incunábulo
(Wiegendruck, alemão). «Incunábulos» designa o conjunto dos impressos que saíram dos prelos antes do ano de 1500. A palavra incunábulo tem a sua origem na expressão latina in cuna(no berço), significando «livros do berço da tipografia».
O primeiro a usar o termo «incunábulo» foi Bernhard von Mallinckrodt (1591-1664), um filologista alemão. Na sua obra De ortu ac progressu artis typographicæ dissertatio historica, publicada em Colónia em 1640, em comemoração do 200º aniversário da invenção da Imprensa, Mallinckrodt designou o período antes do annus sæcularis 1500 «prima typographicæ incunabula».
Cornelius van Beughem’s Incunabula typographiæ, obra publicada por Joannem Wolters em Amsterdam no ano de 1688, é o primeiro catálogo de incunábulos que usa o termo; inclui cerca de 3.000 títulos de obras impressas antes de 1500.
Índice de conteúdos. Índice de matérias; índice geral; índice de temas.
Lista dos assuntos de que trata uma obra, ordenada pela sequência dos capítulos, subcapítulos, etc., com referência às páginas. Antigamente, este índice aparecia no fim de um livro. Em publicações modernas, sempre no início, depois da  entrada.
Índice remissivo
Listagem (por ordem alfabética) de nomes, sítios, conceitos, que aparecem numa obra, e que remete às páginas onde ocorrem. Aparece no fim de uma publicação. Este índice é a forma tradicional do hyperlink impresso, que aumenta substancialmente a usabilidade de um livro.
ISBN - International Standard Book Number
Número internacional dos livros. É um sistema padronizado que identifica numericamente os livros, segundo o assunto, título, autor, país, editora. www.isbn.org
livro
Do latim liber, libri. Um livro é um volume transportável, composto por, pelo menos, 48 páginas (sem contar as capas - segundo a Unesco), encadernadas, contendo texto manuscrito ou impresso e/ou imagens e que forma uma publicação unitária (ou foi concebido como tal) ou a parte principal de um trabalho literário, científico ou outro.
Os elementos que compõem um livro são os seguintes: mancha, cabeça, pé, lombo, margem, cinta, sobrecapa, capa, guardas, ante-rosto, rosto, colofão, badanas e miolo.
lombada
Parte de um livro ou brochura, oposta ao corte da frente, onde se unem (cosendo ou colando) os cadernos com a capa.
mão
A vigésima parte de uma  resma de folhas, ou seja: 25 folhas.
miolo
Conjunto de folhas que constituem o interior de um livro ou publicação.
opúsculo
Impresso contendo um máximo de 48 páginas. Também: brochura ou folheto.
orelha
= Badana.
página par
Página com número par, à esquerda da  lombada.
página ímpar
Página com número ímpar, sempre à direita da  lombada.
Período inicial da tipografia, relacionado com a produção de  incunábulos.
prancha
Ilustração não inserida na sequência numérica das páginas de texto.
princeps
Edição princeps é a primeira impressão de uma obra.
resma
Conjunto de 500 folhas de papel, equivalente a 20 mãos.
rosto, frontispício
Veja: folha de rosto
sobrecapa
Cobertura de papel ou de outro material flexível, que envolve e protege a capa de um livro encadernado, para sua protecção e/ou decoração.
spread
Página dupla; aberto de página. Revista ou brochura aberta, mostrando uma página par e uma página impar.
subtítulo
Frase que complementa o  título.
título
Nome da obra impressa. Palavra, palavras ou frase que identificam uma publicação, obra ou partes dessa mesma obra.
tiragem
Número de exemplares de uma edição impressos de uma só vez. 
Bibliografia
Otto W. Fuhrmann. The invention of printing
Lawrence C. Wroth (ed.) A History of the Printed Book (1938)
Lucien Febvre e Henri-Jean Martin L'Apparition du livre 1958.


sexta-feira, 2 de março de 2012

Resenha do livro - O noviço; O juiz de paz na roça; Quem casa quer casa



Acabei de ler agora essas três peças compiladas numa só edição pela editora Martim Claret em 2001. 

Um livro pequeno, com 100 páginas, somando-se as três obras. A crítica aos costumes da época são bastante evidentes, porém como se tratam de costumes humanos são facilmente contemporaneizados e é justamente essa verossimilhança que nos faz rir.



Na peça O noviço, 1853, Martins Pena retrata um sujeito ganancioso que, de olho nas posses de uma viúva, arma um plano, casa-se com ela e a convence de mandar seus filhos para o convento, já o tendo feito ao sobrinho dela que também era herdeiro de grande riqueza. A sátira se desenrola na descoberta pelo sobrinho, o noviço Carlos, das armações de Ambrósio.



Em O juiz de paz na roça, 1944, a peça retrata as situações peculiares de um juiz de paz atuando no meio rural. Os casos a resolver, as decisões e as formas de pagamento dão o toque cômico à história que se passa no período da guerra dos Farrapos, onde os cidadãos são alistados para lutar na guerra e os que não o querem são ordenados à força pelo juiz, que manda prender e levar José da   Fonseca. O casamento salva José da obrigação e tudo acaba numa festa na casa do próprio juiz.

O provérbio Quem casa quer casa é o título da terceira peça. Comédia escrita em 1945 apresenta os problemas vividos na casa de Fabiana e Nicolau, cujos filhos, Olaia e Sabino, casam-se e moram sob o mesmo teto. Já é de se esperar o desenrolar da trama, como diz o povo.
Gostei bastante das três peças. Muito bom pra quem gosta de literatura de língua portuguesa. Embora alguns leitores possam encontrar dificuldade em entender a linguagem da época, não é nada que não possa ser entendido.

Sobre o autor:
Luís Carlos Martins Pena (Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1815 — Lisboa, 7 de dezembro de 1848). Foi dramaturgo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil, tendo sido considerado o Molière brasileiro. Sua obra caracterizou pioneiramente, com ironia e humor, as graças e desventuras da sociedade brasileira e de suas instituições. É patrono da Academia Brasileira.

Resenha do livro - As memórias do livro

As memórias do Livro

Romance sobre o Manuscrito de Sarajevo, chamado Hagadá. Sendo uma obra-prima que teria todas as chances de ter se perdido como tantos outros, queimados ou destruídos, como nos conta a história da humanidade.
Brooks conta a história de Hanna Heath, restauradora e conservadora de livros e pergaminhos raros e a sua jornada pelo tempo. A autora interpõe as histórias alternando entre a Personagem de Hanna com seus problemas pessoais e conflitos com sua mãe e a história do livro a partir dos vestígios encontrados durante a restauração como uma mancha vermelha, cristais de sal, um pêlo branco, etc. 
O enredo é muito bem construído. As histórias aparentemente desconexas como em um livro de contos estão unidas pois referem-se ao manuscrito e suas riquíssimas iluminuras. O romance é de leitura agradável e leve. Algumas descrições são bem minuciosas, o que nos leva pra dentro do livro, o que pode desagradar alguns leitores, mas vale a pena de verdade!

Sobre a Autora
Geraldine Brooks, jornalista e escritora australiana, ganhou o Pulitzer de ficcção em 2006 por seu romance March. Como jornalista, cobriu conflitos e crises na África, nos Bálcãs e no Oriente Médio, o que lhe forneceu os dados que usa em seus romances.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Bem-vindo!

Vamos ao trabalho!
Postei hoje a primeira resenha, espero não parar tão cedo.
Obrigado pela visita, e volte sempre.